31 de out. de 2007

A Juliana: Uma Promessa.

A gente dá

amor...
carinho...
atenção...

E o que a gente recebe em troca?

Nada.

Isso dói...! Isso dói muito!

(Ju, me remirei... tá bem?)

(Isso porque ela está em minha cabeça... Ah, e, esclarecendo... não é dor de cotovelo... o trecho acima é uma citação de diálogos de borboletas...)

28 de out. de 2007

Olhos a menos trinta.

Mãos nos bolsos são uma posição de alta-auto-defesa. Auto-comiseração. Anda por aí com as mãos no bolso, pra ver. Os seus braços se juntam ao corpo, os ombros se encolhem... daqui a pouquinho vai estar parecendo um lagostim, curvadinho... Os ombros se acostumam a essa posição, e (in)conscientemente a cabeça vai baixando, baixando... Baixa até os olhos tocarem o horizonte inferior. O queixo a menos trinta graus. Nesse ângulo a boca se fecha. A respiração se dificulta. A garganta trava, as mãos se seguram.

Seguram no que não há, se apertam buscando o refúgio do toque, fogem do vento. A posição é ideal para olhares oblíquos auto-inferiorizadores, tristes, depri(midos/mentes). Se amarram, dedo a dedo, num invólucro de pele desabitada, e o vazio da palma curva enlaçada é o vazio dos dedos endurecidos que é o vazio das próprias mágoamarras, desenlaçar de mãos. Se comprimem a si mesmas, se prendem ao seu próprio vazio, se atam no desenlace, se fecham na liberdade, se escondem por estarem nuas.

27 de out. de 2007

Um paná-paná

Fui e voltei com a Andressa ontem... Conversamos tanto!

Ela me faz pensar em um paná-paná em céu azul vivíssimo e flores amarelinhas, lindas, lindas...
correndo em meio às borboletas no vento.


Me faz bem!

25 de out. de 2007

Descobri

Que não sou um tímido... Sim um solitário.

24 de out. de 2007

A Letras

Está sem graça.

Ontem.
Hoje.
Amanhã.

Quem sabe sexta a graça volta

entre tantos...

Sabem...

A gente sempre pensa que tudo podia ser diferente... Será que sempre fazemos as escolhas erradas ou fantasiamos o que deveria/poderia ter sido?


Sei lá.


(dedo-batendo-na-cara-à-lá-andressa)

21 de out. de 2007

Diagonal

Preciso de um espelho para melhor encontrar as cores nas quais vou me camuflar de mim mesmo, dentro de minha própria pele, opressora. Passarei horas e horas em frente a esta máscara, me reinventando. Enganarei meus olhos com minha própria pele, influenciarei minha visão, subverterei minhas retinas, meu cérebro, até que suma de minhas vistas essa imagem estranha a mim mesmo. Olharei e me deliciarei ao não ver. Essa pele é dolorosa. Os olhos se arrepiam e gelam em repulsa disso, que não sou eu.

Quando chegar a noite, a sombra cobrirá o banheiro branco, o espelho manchado, a pia, o sanitário. Fundirá o espaço.

Me estendo. Já não caibo no espelho. Ele se parte e seus cacos se espalham. Me descamuflo nessa fusão do que sou, sinto, quero. Frágil, recolhem os cacos. Embrulham num jornal. Nos embolam num saco. Um caco agarra minha garganta. Diagonal. Lento. Rasga a casca, funde ao interno: Fundo. Rasga minha pele. Meus olhos. O rasgo é um escape. Fluo. O interno recobre o externo, o espelho acessa o interno. Reconheço nos cacos cacos de mim. No reflexo do fluxo o próprio espelho se reconhece: Sou ele.

20 de out. de 2007

Palavra.

Senti uma dor tão grande que se pudesse gritar minha garganta se dilaceraria em mil partículas. E seria pouco. É uma dor uma mistura de tudo. A dor de sempre, mas tão mais intensa! Não há morfina que resolva a dor-da-mistura-de-tudo. Ela começa nos ouvidos, vai se entranhando, chega aos olhos fazendo-os se fecharem, as mãos vão aos olhos, amparam-nos enquanto a dor desce, amarrando a garganta e fechando os pulmões de alumínio. Estes são amassados, triturados, pressionados, até serem transpassados pela palavra que destruiu os ouvidos. A dor, tão grande, pesa nas costas, contrai os ombros, trava o tórax. Talvez se me abraçasse a mim mesmo esse toque transformaria as articulações travadas num grito, a plenos pulmões. Esse sufoco almado seria expelido num berro desesperado e mal-articulado que tomaria todo meu ser, com todas as forças restantes concentradas num movimento de extração, refluxo, libertação!

Não tenho voz para isso.

Esse grito não sai, essa dor, não sai.

Não sai.

14 de out. de 2007

E, em meio a isso tudo... Sonho.

Será que só eu estou por aqui...
Sou mais um entre tantos...
Não estou por aqui...
Não há outros tantos?

Ah, ah...

Será que eu estou por aí...
em algum cantinho?
Será que só?
Ou EntreOutros...?

9 de out. de 2007

Não que...

esteja copiando simples, puramente a Andressa... Foi um pedido 'plural';

Um post pra ela;
(Não bastasse o canto superior direito do blogue)
(Ela não tinha visto seu nome por aqui)


Juliana


(Mas nem precisava colocar, assim, tão claramente...)
Ela já estava aqui.



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While the sun hangs in the sky and the desert has sand
While the waves crash in the sea and meet the land
While there's a wind and the stars and the rainbow
Till the mountains crumble into the plain

Oh yes we'll keep on tryin'
Tread that fine line
Oh we'll keep on tryin yeah
Just passing our time

While we live according to race, colour or creed
While we rule by blind madness and pure greed
Our lives dictated by tradition, superstition, false religion
Through the aeons, and on and on

Oh yes we'll keep on tryin'
We'll tread that fine line
Oh oh we'll keep on tryin'
Till the end of time
Till the end of time

Through the sorrow all through our splendour
Don't take offence at my innuendo

You can be anything you want to be
Just turn yourself into anything you think that you could ever be
Be free with your tempo be free be free
Surrender your ego be free be free to yourself

Oooh ooh
If there's a God or any kind of justice under the sky
If there's a point if there's a reason to live or die
If there's an answer to the questions we feel bound to ask
Show yourself - destroy our fears - release your mask

Oh yes we'll keep on trying
Hey tread that fine line
Yeah we'll keep on smiling yeah (yeah yeah)
And whatever will be will be
We'll keep on trying
We'll just keep on trying
Till the end of time
Till the end of time
Till the end of time.
Queen, Innuendo.

7 de out. de 2007

Sobre.

Não é que simplesmente ignore tudo o que ouça. Sempre fui dado à solidão... É melhor. Tem umas pessoas que são tão importantes que duas ou três palavras suas podem me fazer ruir, como uma bola de sorvete se desmanchando docemente na areia;

Nunca trouxe um amigo a minha casa; Aqui, onde resido desde 2002, nem na anterior, nem na outra, nem na outra. Me acostumei a estar sozinho. Parece um tanto contraditório de minha parte, visto que estou sempre meio rodeado de gente, e quando não estou procuro pessoas para me envolver em seus papos... No entanto um espírito comunicativo não significa exatamente um espírito 'acompanhado' ou 'acompanhável'. Tenho uma certa individualidade que... uma necessidade de um pouco de silêncio.

Quando estou sozinho posso ponderar as palavras que falo para mim mesmo. Crio estratagemas das coisas que nunca vou fazer... Teorizo o mundo sem preocupação com a dialogicidade: Ela sempre existe comigo mesmo. Teço diálogos que nunca vão ocorrer com tanta realidade que certas palavras chegam a ressoar em meus ouvidos... Penso em sorrisos que me acompanham mesmo que não tenham sido direcionados a mim, penso em sonhos nos quais os diálogos mais aprazíveis acontecem e me deleito. O sonho, este também é meu espaço (mesmo não tendo domínio sobre ele). Me sinto um Bobby com seu fantástico mundo... E os balõezinhos que brotam sobre minha cabeça são cada dia maiores... Abarcam o mundo. Abarcam os céus.

Tantas foram as vezes em que ouvi coisas as quais não me interessavam, que não correspondiam à minha verdade, ao meu mundo... Fui depurando. Certa vez foi falado em aula sobre a necessidade de algumas pessoas em reafirmarem-se como únicas conhecedoras de si mesmas... E sou tão assim! Não adianta vir me dizendo um "te conheço", "já passei por algo igual" ou "te manjo". Eu vou acabar tendo que te provar que não, você não me conhece, você não me entende, você não sabe como eu penso. Talvez venham daí os meus problemas com relação aos pensamentos de grupo. Me aproximo do geralista, normalmente, buscando manter o individual. Gosto de flutuar por entre as facções e ter o meu pensamento individual... E por diversas vezes acabo me afastando de grupos... Me reafirmo, por negação... Prefiro me afastar a ser abandonado... E é difícil ceder ao afastamento em busca do não-abandono. Me apego a mim mesmo. Tapo esse buraco com uns desenhos em tons frios, com textos sem serifas, muitas arestas, poucos leitores...

Imagino brotar um sorriso complacente naquele rosto, se lesse isso...

Sinto uma falta enorme. E é uma falta tão enorme que nem sei exatamente de quê. Vejo só uma tênue sombra... Mas já não sei se é sombra do mundo pensado, se é do que vejo, se é algo sonhei, teorizei, inventei... Queria que tivesse sonhado, mas acho que não é. Se fosse um sonho poderia ser uma premonição... E delas eu não posso fugir.

Livro: Os Ratos.

Normalmente não sou dado a Enquetes ou questionarios assim mas... Se eu não postar isso receberei 'choros' de quem me convidou 'ternamente' (o Felipe).

1. Pegar o livro mais próximo.

O livro mais próximo é o tal "Os Ratos", de Dyonélio Machado... acho que praticamente todos os que passarem por aqui já terão lido esse livro, ou, se não, lê-lo-ão em breve... Ou ainda, deveriam ler...

2.Abrir na página 161 e postar a 5ª frase completa.

"Fita o forro escuro, manchado de bolor".

3. Não escolher o melhor livro nem a melhor frase.

Ao meu redor (ao alcance dos olhos, leia-se), estavam este, "O Jogo da Amarelinha" (que ainda nem comecei a ler, aquisição recentíssima), "Manual de Redação e Estilo d'O Estado de São Paulo" e um outro... O "Dicionário de Especialidades Farmacêuticas", da irmã. Seria incrível se pegasse o D.E.F. ou um outro dos outros dois... Mas optei pela minha atual leitura. Com relação à frase, se pudesse, escolheria a última frase da página 46...

4. Repassar para 5 blogs.

É uma missão difícil, visto que (como me atrasei), perdi a vez... boa parte dos blogues conhecidos já publicaram seus memes... Então:

Drêss http://meiocrisalida.blogspot.com
Luise http://srtasmilla.blogspot.com
Israel http://www.ix-ray.blogspot.com/
Glauber: http://glauberiblogerum.blogspot.com/
Diego http://nucleo-ultimo-da-pessoa.blogspot.com/

5. O que está achando do livro.

Requer muita atenção na Leitura... E o ideal é lê-lo de uma tacada só.

Eu não deveria estar sentindo piedade do Naziazeno... não?

Vou relê-lo... Depois respondo a essa questão 5, ok? (isso é uma fuga das primeiras impressões... preciso 'depurar' a leitura...)